02/07/2016

A ESCOLA DO DESERTO

Christopher Shaw

Informado desse caso, procurou Faraó matar a Moisés; porém Moisés fugiu da presença de Faraó e se deteve na terra de Midiã; e assentou-se junto a um poço. (Êxodo 2:15)

      Não é difícil acreditar que foi Deus mesmo quem comoveu o coração de Moisés quando este viu os sofrimentos do povo de Israel. A sensibilidade ao espiritual, transmitida pelos seus pais, não se perdeu durante os anos na corte de Faraó. Entretanto, ainda não ele havia aprendido uma importante lição: os planos de Deus não podem ser implementados segundo os métodos humanos, conforme diz a epístola de Tiago: “…a ira do homem não produz a justiça de Deus” (1:20).
    Para que Moisés pudesse aprender essa lição valiosa foi necessário que passasse pela escola do deserto. Havia nele confiança demais em sua própria força, o que o desqualificava para servir aos propósitos do Senhor. Deus teria de trabalhar profundamente em sua vida. Ali, no deserto, passou longos anos. O fervor e o zelo que o levaram a assassinar um homem, lentamente se dissiparam, deixando em seu lugar a vida calma e simples de um pastor de ovelhas. Quando todos os anelos e sonhos desapareceram do seu mundo interior, Deus o visitou e lhe deu a missão de libertar o povo de Israel da escravidão no Egito.
      Observe como os caminhos de Deus são estranhos. Quando Moisés quis servi-lo, o Senhor não lhe permitiu, e quando o profeta já não tinha qualquer interesse, Deus o obrigou a assumir uma tarefa. Isto porque Deus não enfatiza as nossas ações, mas o nosso caráter.
     O grande evangelista Dwight Moody, falando sobre este profeta, disse certa vez: “Nos primeiros 40 anos de sua vida, Moisés pensava ser uma pessoa importante. Nos 40 anos seguintes, descobriu que era insignificante! Nos últimos 40, viu o que Deus pode fazer com um ‘ninguém’. Que admirável resumo da ação do Senhor na vida do profeta!
   Todo líder deve aprender esta lição. Deus não precisa dos nossos planos, nossas habilidades, nem dos nossos esforços. Não necessita sequer do nosso zelo, como o apóstolo Pedro teve que descobrir. Ele espera, apenas, que nos coloquemos em Suas mãos para nos conduzir e mostrar as atitudes e o comportamento que espera de nós. Esta entrega é muito custosa ao ser humano, porque temos nossas próprias ideias sobre a melhor maneira de agradar a Deus.

Para pensar:

     Como é tentador para nós, pastores, fazer planos e depois pedir para Deus para abençoar os nossos esforços. É muito mais difícil esperar no Senhor e apenas avançar sob o Seu comando. Não devemos perder de vista, no entanto, que o homem, totalmente entregue a Deus, é o instrumento mais poderoso para que os projetos que estão no próprio coração do Senhor avancem. Não se apresse!


Fonte:  texto transcrito na integra  do site http://paodiario.org/blog/a-escola-do-deserto/