19/10/2014

O QUE É RESSURREIÇÃO?

    A ressurreição refere-se ao que não é natural, que não vem do ego nem da capacidade pessoal. É aquilo que não posso fazer, pois está além de minha capacidade. Posso pintar e esculpir flores sobre a vara, mas não posso fazê-la brotar. Ninguém jamais ouviu falar de uma vara velha que tivesse brotado nem de uma mulher idosa que tivesse concebido. Sara deu à luz Isaque: fora obra de Deus. Portanto, Sara representa a ressurreição. A ressurreição é aquilo que eu não posso, mas Deus pode, o que eu não sou, mas o que Deus é. Não importa o que sou, pois meu ser está fundamentado em Deus. Minha espiritualidade não depende de grande inteligência nem de muita eloquência, mas da operação do próprio Deus em mim. Teria sido absurdo e tolo Arão insistir em que sua vara havia brotado porque era diferente das outras, mais polida e mais reta. Se, por um momento, pensamos que somos melhores que os outros, fazemos a coisa mais tola deste mundo. Qualquer diferença que haja vem do Senhor.Isaque significa riso. Sara riu, porque sabia que era velha demais para conceber. Ela  considerava impossível dar à luz. Por isso, Deus chamou ‘‘Isaque’’ o filho dela. Quando servimos ao Senhor, também precisamos rir e dizer: “Não posso, tenho certeza de que não sou capaz, mas isso é obra do Senhor”. Se há alguma manifestação de autoridade, devemos confessalguma manifestação de autoridade, devemos confessar que a obra é do Senhor, não nossa.


Pr. Watchamn Nee foi preso em Xangai (China) em 1952, e sua perseverança na fé durante os vinte anos de prisão incentivou a igreja de seu tempo e continua a inspirar cristãos hoje.

A BASE PARA A DELEGAÇÃO DE AUTORIDADE: RESSURREIÇÃO III

Os tolos são orgulhosos
Watchamn Nee
Leia Números 17.1-11 (continuação)
    Quando o Senhor Jesus entrou em Jerusalém montado no jumentinho, as multidões gritaram: “Hosana ao Filho de Davi!” “Bendito é o que vem em nome do Senhor!” “Hosana nas alturas!”(Mateus 21:9). Imaginemos, por um instante, que o jumento, ouvindo as exclamações de Hosana e vendo as palmas pelo caminho, se voltasse para o Senhor e perguntasse: “Essesbrados de louvor são para mim ou para você? , ou se voltasse para a jumenta e dissesse: “Afinal, sou mais nobre que você.” Seria evidente que, em ambos os casos, o jumentinho não estaria reconhecendo aquele que estava montado nele. Muitos servos de Deus, no entanto, pensam assim. Não havia nenhuma diferença entre o jumentinho e a jumenta. Obviamente, era o Senhor sobre o jumento que tinha de ser louvado. As exclamações de Hosana não são para você nem as palmas estendidas pelo chão. Só um tolo diria: “Eu sou melhor que você”. Quando Arão, pela primeira vez, viu a vara que brotara, sua reação imediata deveria ser de espanto. Seria natural ele exclamar: “Por que minha vara brotou? Não é igual às outras? Por que Deus me concedeu tal glória e poder? Por que Deus me concedeu tal glória e poder? Eu mesmo jamais poderia fazer isso. O que é nascido da carne é carne. Eu sou igual ao povo de Deus”.
    Outros talvez ficassem confusos, mas Arão entendeu. Ele  reconheceu que sua autoridade espiritual fora concedida por Deus. Nenhum de nós tem direito de ficar orgulhoso. Se hoje recebemos misericórdia, é porque Deus assim o quis. Quem é competente para esse ministério? Nossa competência vem de Deus. Seria muito estranho alguém viver na presença autoconfiança e tolice da parte do jumento para que imaginasse que o louvor daquele dia lhe era dirigido. Um dia, ele despertaria e ficaria envergonhado de si mesmo. É verdade que seremos glorificados, mas nossa glória está no futuro, não agora. Os mais jovens deveriam aprender a lição da humildade. Todos nós precisamos saber que nosso progresso não depende nem um pouco de nós mesmos. Não nos devemos considerar diferentes dos outros só porque aprendemos algumas lições espirituais. Tudo é graça de Deus, tudo é concedido por Deus, nada vem de nós mesmos. Arão sabia muito bem que fora Deus que fizera sua vara brotar, porque tudo aconteceu por meio do poder sobrenatural. Deus usou essa forma para falar a Arão e também ao povo de Israel. Arão, daquele momento em diante, ficou sabendo que todo ministério se baseia no brotar, não nele mesmo. Hoje, quando servimos a Deus, também devemos reconhecer que o ministério vem da ressurreição, e a ressurreição, de Deus.

(...continua)

04/10/2014

A BASE PARA A DELEGAÇÃO DE AUTORIDADE: RESSURREIÇÃO II

Watchamn Nee

Devemos igualmente perceber que a autoridade não se baseia em nós. Na realidade não nos diz respeito. Daí em diante, sempre que Arão usasse sua autoridade para ministrar, ele confessaria: “Minha vara é tão morta quanto as outras. A única razão porque posso servir, e eles não, é por que tenho  autoridade espiritual, e eles não. Isso não diz respeito às varas (pois todas são igualmente secas): deve-se à misericórdia e à escolha de Deus”. Arão não servia conforme o poder da vara, mas conforme o poder que a vara tinha de brotar. A pedra de toque do ministério é a ressurreição A vara indica a posição do homem, mas o brotar indica vida ressurreta. Quanto à posição, aqueles doze homens todos eram líderes nas dozes tribos de Israel. Arão representa apenas a tribo de Levi, umas das doze tribos. Ele não poderia servir à Deus fundamentado em sua posição, pois as outras tribos não concordariam com isso.
 Como Deus resolveu o problema? Ordenou que depositassem doze varas – uma para cada um – na Tenda do Encontro diante do testemunho. As varas deveriam ficar ali, a noite toda, e a que ele escolhesse brotaria. Isso é vida que brota da morte. Só aqueles que passam pela morte e pela ressurreição são reconhecidos por Deus como seus servos. A pedra de toque do ministério é a ressurreição. Ninguém pode visar a tal posição: deve ser escolha de Deus. Depois que Deus fez a vara de Arão brotar, florescer e dar fruto, os outros líderes viram isso e nada mais tinham a dizer. A autoridade, portanto, não vem pelo esforço. É estabelecida por Deus. Não depende de posição de liderança, mas da experiência da morte e ressurreição. Os homens são escolhidos para exercer autoridade espiritual não por serem diferentes dos demais, mas com base na graça, na eleição e na ressurreição. É preciso que haja muitas trevas e cegueira para que alguém se torne orgulhoso! No que diz respeito, embora possamos depositar nossas varas por toda uma vida, elas não brotarão. Hoje, a dificuldade é que poucos reconhecem que não são diferentes dos outros.


... continua..

OS ELEITOS POR DEUS E AS ELEIÇÕES HUMANAS

          Excepcionalmente hoje, não haverá o culto matutino para que os irmãos cumpram o seu dever cívico de votar nas eleições de nosso país. Mas mesmo assim podemos aproveitar este pequeno espaço para meditarmos um pouco. Entendo que o cristão deve se fazer presente e votar. Existem correntes extremadas que advogam a idéia que ‘‘não devemos participar pois não somos mais deste mundo’’. Não é o nosso caso. Mas, como cristãos, creio firmemente que só votar não é o suficiente. A discussão política, e até, muita vez, politiqueira, não contribui para a edificação e comunhão da igreja. Pelo contrário, dá-se tanto valor aos valores humanos nesta época, que o amor de uns para com outros é totalmente esquecido. Julgamentos são feitos por um irmão votar neste ou naquele candidato ou partido. Não há liberdade autêntica para se discutir política sem ofender o irmão que deve sempre ser amado. Como membros do corpo de Cristo, devemos nos preparar melhor para participar efetivamente da administração pública com os talentos e caráter que alcançamos em Cristo. E orar muito mais ainda para não cairmos em tentação. 

          Seu pastor e amigo, 
                                                          
                                                         Pr. Marcos.