Será que temos nos
entregado completamente ao Senhor? O resumo da história de Thomas Waring nos
fará refletir a este respeito. Acompanhemos então, este belíssimo relato de fé
e obediência!
Uma ótima leitura!
Um sério desafio à
dedicação integral à obra missionária…
No local onde hoje
existe o Albert Hall, em Londres, havia antigamente um grande auditório,
denominado Crystal Palace.
Certa vez, um
evangelista estava realizando nesse salão conferências evangelísticas. Numa das
noites, quando estava encerrando a mensagem, disse:
- Agora vou fazer um
apelo bastante singular. Quero pedir a todos que desejarem entregar o coração a
Jesus, que se ajoelhem aqui; mas quero pedir que além de dar seu coração,
entreguem a ele também a vida.
Lá no fundo do
salão, ergueu-se um jovem de nome Thomas Waring, filho de um rico comerciante.
Chegando à frente, ele ajoelhou-se perante todos e fez a seguinte oração:
“Senhor, como tu me amaste tanto, ao ponto de se dar por mim, o mínimo que
posso fazer é entregar-me inteira e totalmente a ti.”
E Deus ouviu essas
palavras de Thomas, e assim como dissera a Saulo de Tarso “Eu te escolhi”,
disse também a Thomas Waring: “Eu te escolhi para ir à África.”
- Está bem, Senhor,
irei para a África, prometeu o jovem.
Naquela noite, ao
voltar para casa, Thomas contou ao pai a decisão que fizera. O pai teve um
acesso de fúria e disse:
- Dou-lhe uma semana
para tirar essa ideia da cabeça.
Mas depois pôs-se a
argumentar com o filho:
- Ouça, meu filho,
venho preparando você para tomar meu lugar à frente do meu negócio. Daqui a
algum tempo, seu nome será gravado na porta em letras douradas. Se você está
preocupado com a salvação daquele povo na África, posso mandar não um, mas doze
missionários para lá e sustentar todos
eles ali. Prometo que sustentarei todos eles enquanto viverem; mas você não
pode ir.
O rapaz escutou
atentamente e pensou: “Isso me parece sensato. Doze missionários serão melhores
que um só.” Mas quando se ajoelhou para orar, Deus lhe disse: “Não lhe falei
nada sobre dinheiro ou missionários. Quero você.”
- Está bem, Senhor,
replicou o rapaz; então serei eu.
Mais tarde o pai de
Thomas Waring o deserdou, e o moço viajou para a África e lá permaneceu cinquenta
anos, sem gozar férias. Conta-se que o sol da África queimou sua pele de tal
forma que ele ficou quase tão escuro quanto as pessoas para quem pregava; seu
cabelo era branco com a neve e sua longa barba branca lembrava a de um
patriarca.
“Dá-me mais seis meses de vida…”
Certo dia, quando já
estava velhinho, ele entrou em sua casinhola nativa sabendo instintivamente que
a morte se aproximava e foi conversar com seu Mestre, dizendo:
- Senhor, tu me
conservaste aqui durante cinquenta anos, e agora está na hora de eu ser levado
ao lar celestial. Mas, antes disso, será que podes conceder-me mais seis meses
dos que passarei na eternidade? Dá-me seis meses de vida, e depois direi:
“Agora, deixa teu servo partir em paz.”
E Deus lhe deu
aqueles seis meses. Thomas voltou à Inglaterra. Ali chegando, viu que o velho
prédio, o local onde ouvira seu chamado, fora demolido, e estava ali o Albert
Hall. Resolvido a fazer um último apelo em favor do trabalho na África, para
que outros obreiros fossem ali continuar a obra, Thomas publicou anúncios nos
jornais, dizendo que o filho de um rico comerciante da cidade, que fora
deserdado pelo pai, estava de volta à sua terra, após ter passado cinquenta
anos na África, e iria falar ao público no Albert Hall.
Na noite marcada
para a conferência, o auditório estava lotado. Já velhinho e enfraquecido,
Thomas Waring, apoiando-se no púlpito, pregou com tal emoção que o coração de
seus ouvintes foi tocado. Ao fazer o apelo, disse:
- Quero apelar a
oito jovens que se disponham a dizer ao Senhor: “Jesus, se tu me chamares,
irei.” Quero que deem ao Filho de Deus não apenas o coração, mas também a vida.
E Deus falou ao
coração de oito pessoas, dentre as que tinham ido à frente, para trabalhar na África.
E o velho pregador impôs as mãos sobre aqueles oito e os abençoou,
consagrando-os para o ministério numa terra a muitos e muitos quilômetros dali.
Em seguida, ele ergueu as mãos e pronunciou uma frase memorável:
“Se eu tivesse mil vidas eu as daria todas
pela África.”
Alguns dias depois,
Thomas Waring viajou para a África com aqueles oito jovens, de volta à terra
para a qual fora chamado. Duas semanas após sua chegada à sede de seu trabalho
missionário, ele entrou em seu quarto e sentou-se. Ali, com a Bíblia aberta
sobre os joelhos, ele caiu no sono; dormiu na terra e acordou na glória.
Completara a obra que Deus o chamara a realizar. E o trabalho na África iria
continuar.
Fonte: Extraído com permissão de Floodtide e publicado pela
revista Mensagem da Cruz, em 1985.