Salmo 6.1-10
Ao ler as Escrituras, podemos surpreender-nos
ao perceber que os homens de Deus do passado também eram pessoas comuns.
Tendemos a criar uma auréola em torno deles, como vemos nos quadros da Idade
Média, e passamos a vê-los como habitantes de outra esfera. A leitura de hoje
nos mostra a realidade.
Nos seus três
primeiros versos observamos o salmista debatendo-se com uma grave crise
espiritual. Menciona temer o castigo, desabafa sua dor íntima, seu sentimento
de derrota, e lamenta a demora em ser ouvido. A crise é tão profunda que teme
não haver tempo de restauração. Parece-me que Davi, o autor, embora músico, não
entoaria aquele cântico que diz ‘‘sempre sorrindo, mesmo quando não dá’’. Essa
ideia de que somos criaturas inatingíveis pelo mal humilha os demais. Uma crise
existencial por vezes nos leva a assumir nossa humanidade, e com isso crescemos
em direção à maturidade.
Outro ensino
que Davi nos transmite é que temos dois tipos de inimigo: os outros e nós
mesmos. A dor moral expressa no verso 3 é experiência vivida por muitos.
Entretanto, depois o autor revela a gloriosa experiência que só quem anda com
Deus vivencia. ‘‘Ele ouviu a minha súplica, aceitou a minha oração´´.
Vejam o curso
do salmo: Davi começa lidando com a derrota, confessa sua crise, revela seu
quebrantamento, diagnostica o problema, busca o Senhor em oração, celebra sua
vitória. Que ensino nos traz este salmo? Se temos o recurso da graça do Senhor
ao nosso dispor, todas as vezes que recorrermos a ela sairemos vitoriosos. O
cristão é ou não um ser privilegiado? Com certeza é! A propósito, você é
cristão?
Fonte: Radio Trans Mundial, Manoel de Jesus Thé