Watchamn Nee
Leia Números 17.1-11
Deus devolveu todas as varas a seus
respectivos donos, exceto a de Arão, pois brotara. Ela tinha de permanecer na
arca como lembrete eterno. Isso sugere que a ressurreição é a regra permanente
para o culto. Se o cultuar não passar da morte para a ressurreição, não será
aceito por Deus. O que ressuscita é de Deus, não de nós mesmos. Quem se julga
louvável não sabe o que a ressurreição representa. Os
que conhecem a ressurreição já se desiludiram consigo mesmos. Enquanto houver
poder natural, o poder da ressurreição fica obscurecido. Não é na criação que o
poder de Deus se manifesta de maneira mais poderosa, e sim na ressurreição.
Tudo que o homem é capaz de fazer não se compara à ressurreição. Devemos chegar
ao ponto de nos considerar como nada,
como cães mortos. Devemos humilhar-nos a ponto de poder dizer a Deus: “Haja o que
houver, foi dado por ti. Tudo que foi feito, veio de ti. De agora em diante, não
vou me enganar mais a respeito disso, pois estou totalmente persuadido de que
de mim só vem o que está morto, e de ti, tudo o que é vivo.” Temos, portanto,
de tomar consciência dessa diferença. O Senhor jamais entende mal, mas nós,
geralmente interpretamos errado. Era absolutamente impossível para Sara pensar
que Isaque nascera por esforço dela. Deus deve nos levar ao ponto em que jamais
interpretemos equivocadamente a ação dele. A autoridade vem de Deus, não de nós
mesmos. Somos apenas mordomos de sua autoridade. Essa percepção capacita-nos a receber
autoridade delegada. Sempre que tentamos exercer a autoridade como se fosse nossa,
somos imediatamente despojados dela. A vara seca só pode produzir morte. Onde houver
ressurreição, há autoridade, porque a autoridade repousa na ressurreição, não é
coisa natural. Levando-se em conta que . aquilo que temos é natural, não temos
autoridade, a não ser no Senhor.
O que Paulo diz em 2 Coríntios 4.7 harmoniza com a interpretação acima.
Ele compara-se a um vaso terreno, e o tesouro, ao poder da ressurreição. Ele
percebe muito bem que é meramente um vaso de barro, mas que o tesouro que há
nele possui poder transcendente. Quanto a ele mesmo, é afligido de todas as
maneiras, mas, por meio do tesouro, não é esmagado. De um lado, há morte, mas,
ao mesmo tempo, manifestação de vida. O apóstolo sempre se entregou à morte, mas, ao mesmo
tempo, manifestava a vida. Onde a morte opera, manifesta-se a vida. Descobrimos
o cerne do ministério de Paulo em 2 Coríntios 4 e 5. E a regra de seu ministério
é a morte e a ressurreição. O que há em nós é morte, o que há no Senhor é
ressurreição. Não nos enganemos! A autoridade vem de Deus. Cada um de nós deve
entender claramente que toda autoridade pertence ao Senhor. Nós meramente
mantemos a autoridade do Senhor sobre a terra, mas nós mesmos não somos
autoridade. Quando dependemos do Senhor, temos autoridade. Mas, logo que um pouco
do natural se intromete, ficamos como os outros – sem autoridade. Tudo o que é
da ressurreição tem autoridade. A autoridade vem da ressurreição, e não de nós
mesmos. Isso é mais que simplesmente depositar a vara diante de Deus, pois essa
é a vara da ressurreição, que permanece na presença de Deus. Ser autoridade
delegada por Deus não é simplesmente manifestar um pouco de ressurreição, mas é
ter a vara brotando, florindo e produzindo frutos, transformando-se, assim, em
vida ressurreta e amadurecida.
O Pr. Watchamn Nee foi preso em
Xangai (China) em 1952, e sua perseverança na fé durante os vinte anos de prisão
incentivou a igreja de seu tempo e continua a inspirar cristãos hoje.
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